sexta-feira, 22 de julho de 2011

Pequeninos e Rebeldes. Porque?







Pedrinho tem apenas 18 meses e muitas vezes parece saber bem o que quer, quando a mãe não faz o que ele deseja, Pedro se joga no chão e começa a gritar. Mariana (16 meses) faz um baita escândalo todo dia na hora de tirá-la do banho, sempre insisti em continuar brincando na água. Se Luiza (17 meses) não quer dormir, a casa vira de cabeça para o ar, pois ela grita, bate na mãe e chora sem parar.

E aí os pais se perguntam:

- O que eu estou fazendo de errado com a educação do meu filho? Ele é tão pequeno e já me desafia como gente grande. Por quê?

As birras e aparentes malcriações dos pequenos geram uma série de angústias e preocupações nos pais e educadores. Sem contar que a maioria deles não sabe lidar com esses comportamentos e acabam fazendo imediatamente a vontade da criança a fim de se livrar rapidamente do “escândalo”.

Mas o fato é que esses ataques de fúria são muito comuns entre crianças de 15 a 18 meses e normalmente refletem apenas um estágio do desenvolvimento infantil, fase em que a vontade própria se choca com a imaturidade emocional e verbal. Nesse estágio, o desenvolvimento motor está em alta, já que o bebê começa a andar e explorar o mundo sem depender do adulto. Além do mais, por volta dos 30 meses, as crianças começam a se perceber como pessoas e passam a entender que seu comportamento provoca uma reação no outro. Assim, quando passam a exercer esses desejos de explorar o mundo e se deparam com um “NÃO”, elas se sentem decepcionadas e demonstram esses sentimentos através dos ataques de raiva (as birras), já que são incapazes de verbalizar o que sentem.

Os pais devem ficar atentos quando os ataques de fúria acontecem muitas vezes por dia, sendo difícil de acalmá-los. Se a criança apresentar comportamentos auto-destrutivos, como se arranhar até sangrar, quebrar objetos e outros, os pais deverão procurar ajuda de um profissional, pois esses comportamentos podem sinalizar problemas psicológicos, depressão, propensão a violência, déficit de atenção e hiperatividade.

Com certeza os ataques físicos são os que causam maiores preocupações, porém há estudos que comprovam que os meninos são mais propensos a esses ataques que as meninas. Entre os garotinhos são muito comuns socos, mordidas e chutes, mas tendem a diminuir por volta dos 6 anos de idade.

É comprovado que a genética e ambiente são fatores importantes para a formação do temperamento de cada pessoa. Assim, além daquilo que está nos genes de cada um, está a importância do lugar que a criança vive, ou seja , a conduta dos pais (educadores em geral) influencia na estabilidade emocional do filho. Adultos que deixam crianças fazerem o que querem, ou adultos autoritários e inflexíveis estão criando filhos agitados, rebeldes e muitas vezes ansiosos e depressivos.

Mas o que fazer quando Pedrinho se joga no chão no meio do shopping??? Ou quando Mariana se nega a sair do banho e faz com que os pais fiquem exaustos e nervosos???

Lidar com esses ataques de fúria não é uma tarefa fácil, já que os pais perdem a paciência e muitas vezes a criança ganha pelo cansaço. Mas isso não deve acontecer, pois assim, esse comportamento agressivo será reforçado e a criança entenderá que quando ela quer algo basta gritar, ou se jogar no chão. Portanto, a mãe deve sempre manter sua palavra, se ela, por exemplo, não acha certo dar tal coisa para Pedrinho, ela deve manter isso até o fim.

Muitas vezes será necessário acalmar a criança e, para isso jamais grite tanto quanto ou mais alto do que ela. Fale em tom baixo e preciso, mesmo que pareça que não está ouvindo ou entendendo. É sempre importante abaixar-se no mesmo nível da criança, olhe em seus olhos e fale com clareza, demonstrando posição firme e sinalizando que aquilo não é correto. Talvez, a princípio, você sinta que essas atitudes não estão tendo resultados positivos, mas seja forte e mantenha a postura, pois mesmo a criança que ainda não fala, já compreende praticamente tudo o que você diz e aos poucos passará a entender o que é errado.


FICA DICA: dar amor a um filho nunca é demais, mas dar amor não é dar tudo que ele deseja. Limite faz parte da vida e começa na infância sendo imposto pelos educadores. SEJA FIRME COM SEUS PEQUENINOS, POIS ISSO É DAR AMOR E PREPARÁ-LOS PARA O FUTURO, PARA A VIDA.



Ana Paula Miessi Sanches (Psicóloga)


















13 comentários:

  1. Oi Ana!!! Ficou ótimo o blog!!!
    Esse tema das birras é bem interessante, pois esses pequenos colocam a gente em cada situação...
    Queria que vc abordasse o tema medo, pois é o que está me estressando com a Juju, ela não dorme mais sozinha, não dorme no escuro e assim vai...Me dê um help!!!
    Beijos e saudades
    Amandita

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  2. Oi Amandita!
    Que bom que vc gostou!!!!
    Com qtos anos está a Juju msm? Dependendo do grau o medo é normal, afinal é ele que nos tira de situações de riscos na vida...imagine se naum tivessemos medo de nada??? Mas temos que entender direitinho o pq do medo a Jú, ver qdo começou e pq especificamente tal medo...Vou entrar em contato com vc pra gente conversar e vou publicar sobre o assunto tbm!
    Gde Bjo
    Aninha

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  3. Oi, Ana!
    Adoro crianças e gostei muito da sua iniciativa nesse blog, parabéns!
    E vamos aprendendo com os pequeninos e sobre os pequeninos.
    Bjs
    Viviane Vieira

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  4. Oi Vivi!!!
    Super obrigadaaaa!!!
    Continue acompanhando, pois publicarei sempre publicarei novidades!

    Bjs
    Ana

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  5. Ana adorei seu post.. estou mesmo precisando dessas orientaçoes!! serei uma seguidora sua a partir de hj.. muita sorte!!

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  6. Obrigada, Jé!!!
    Vou abordar sempre coisas novas...Fique de olho e se kiser alguma ajudinha me dê um toque!!!
    Bjaum e boa sorte com seus pimpolhos :)

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  7. OI Ana,
    Tenho uma duvida q nao diz respeito ao tema aqui discutido.Mas acho q vc pode nos dar uma dica. A filha da minha prima tem dois anos e meio e tem o costume de comer cabelo e fios de lã q ela encontra no chão, ela nao arranca da cabeça, como diz aquela doença tricotilomania. Já tem uma nao mais ou menos q ela faz isso, é normal?obrigada.

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  8. Olá!!!
    Primeiramente preciso saber a idade dela. Crianças de até 2 anos (mais ou menos) costumam colocar tudo que encontram na boca, isso faz parte do desenvolvimento normal do bebê. Porém com essa idade ela não tem maturidade suficiente para saber o que deve ou não levar a boca. Portanto, quando a criança colocar o cabelo na boca por exemplo, abaixe olhe nos olhos dela e fale que é sujo e que ela não deve fazer aquilo. Não fique brava com a criança apenas demonstre firmeza!
    Mas tenho que avisar que é impossível dar um diagnóstico sem ver a criança.
    OBS:Me fale a idade da criança.
    Espero ter ajudado!
    Ana Paula

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  9. OLá Ana,
    obrigada pela resposta.
    Escrevi sim a idade dela,acho que vc não viu. Dois anos e meio(2anos e 6 meses.

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  10. Olá Pallas!
    Relmente vc escreveu a idade dela,desculpas!
    Pois então, posso falar que com essa idade a criança ainda esta na fase em que leva tudo a boca, vc deve mostrar o que pode e não pode. Pra ela aprender leva um tempo e exige paciência. Se persistir, procure um profissional.
    Abraços,
    Ana Paula

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  11. Oi,
    A fase da empatia no desenvolvimento é delicado, nós adultos não sabemos qual decisão a tomar, em relação aos pais que querem zelar pelos seus pequeninos, ficam indecisos na questão dos limites a ser dado.
    Para formação da personalidade não deve de deixar de aplicar a diciplina com limites.
    Parece que eles já nascem sabendo da fragilidades de seus pais.
    Belo artigo!
    Abraço

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  12. Anselmo Silva Socorro
    Gosto muito do tema da birra, já que é algo muito presente no dia-dia de pais e educadores.
    como todo comportamento a birra me parece mantida por sua consequencia, ou seja, por cedencias ou atençao.
    Uma vez que o cuidador ceda a qualquer comportamento desadaptado este tem maior probabilidade de ocorrer no futuro, através do principio do reforço.
    Extinguir esse comportamento normalmente é algo custoso pois exige a pratica do reforçamento diferencial, ou seja, nao dar atençao e cedencias no momento da birra, e demonstrar essas consequencias para a criança em momento pais apropriado.
    Parabéns pelo tema.

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  13. Birras e aparentes malcriações geram preocupações nos pais e educadores,no entanto,quando esses ataques tornam-se auto-destrutivos,faz-se necessário a busca por ajuda de profissionais.
    Deste nodo,cabe aos pais alem do amor,dar limites aos seus filhos,já que foi comprovado que genética e ambiente são fatores importantes para a formação do temperamento de cada pessoa

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